domingo, 27 de julho de 2014

Reunião de Fundação do Grupo de Canoagem Extremo Sul KayaK

     Desde fevereiro de 2012, existe no RS o vamosremar@googlegroups.com, um grupo informal de troca de emails entre pessoas com interesses variados pela canoagem de caiaque. O grupo chegou a promover algumas pequenas expedições e acampamentos, e alguns passeios curtos de caiaque, além de uma intensa troca de emails e informações, podendo-se dizer que foi bastante bem sucedido. Hoje o grupo ainda existe e continua ativo, contando com cerca de 100 inscritos. (A inscrição é livre, basta ser apresentado por um dos membro para se passar a receber emails e poder postar.)

      Bem sucedido sim, todavia de alcance e de fôlego limitados. Embora eu pessoalmente deva muito ao grupo pelos belos momentos desfrutados, e também pelos contatos e pela troca de informações que proporcionou, essa era, e continua sendo, minha avaliação a respeito. Talvez por isso, numa troca de emails despretensiosa entre alguns, surgiu a ideia de fundar-se um grupo mais "sério", digamos assim, voltado para a canoagem de caiaques (oceânicos e de águas brancas). Durante mais de um mês discutiu-se isso em inúmeros emails do vamosremar@ e muitas pessoas propuseram nomes para o futuro grupo. Este processo inicial culminou com uma votação, em dois turnos, para eleição de nome a partir da lista de nomes propostos. O resultado foi a eleição de Extremo Sul Kayak (ESK) como o nome do grupo.

      Encerrada esta etapa, o próximo passo foi realizar a reunião de fundação do ESK, que se deu em uma sala de aula da Escola Superior de Educação Física da UFRGS, em Porto Alegre, RS, no dia 31 de maio de 2014. 

Da esquerda para direita: Marcio R. Pereira, Maria Helena Gravina, Luciane Bossle, Trieste Ricci, Leonardo Maciel, Luiz Felipe S. F., Cristiano Fleck, Egon Schunck Jr., Gildomar Tambeira, Leonardo Esch, Gustavo Geyer e Pablo Gringoletti



      Por decisão unânime, o ESK não possui uma estrutura hierárquica, porém delega algumas funções estratégicas a pessoas interessadas, escolhidas informalmente. No momento, em um processo lento e gradual, estamos construindo uma home page que deverá ser o elemento agregador principal do grupo. Também decidiu-se que o ESK deverá possuir um logotipo que lhe dê uma identidade visual. Várias propostas já foram feitas nesse sentido, e no mês de agosto próximo deveremos proceder à votação, também em 2 turnos, para a escolha do logotipo que representará o ESK.

      Vida longa ao ESK! 

       Para mais informações, consulte a Ata de Fundação do ESK reproduzida abaixo.


EXTREMO SUL KAYAK
- ATA DA REUNIÃO DE FUNDAÇÃO –
DATA, HORÁRIO E LOCAL.  Aos 31 dias de maio de 2014, as 10:00 horas, na sala 102 da Escola Superior de Educação Física – ESEF, no campus da Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS, localizada na  Rua Felizardo, 110.
CONVOCAÇÃO E PRESENÇAS. Após ampla divulgação através de anúncios no grupo vamosremar@googlegroups.com, bem como mediante envio de e-mails direcionados aos respectivos integrantes (o último deles em 26/05/2014, as 19:05 horas), compareceram os canoístas Pablo Souza Grigoletti, Luiz Felipe S. F., Gildomar Tambeira, Leonardo Esch, Tiane Bossle, Maria Helena Gravina, Trieste Ricci, Egon Schunck Júnior, Márcio R. Pereira, Leonardo Maciel, Cristiano Fleck e Gustavo Geyer.
MESA CONDUTORA DOS TRABALHOS. Em virtude de ter elaborado a pauta dos temas sujeitos a deliberação, a reunião foi naturalmente presidida pelo canoísta Trieste Ricci, que fez a leitura dos seus itens, e secretariada por Egon Schunck Júnior, incumbido de redigir esta ata devido a sua formação jurídica.
ORDEM DO DIA e DELIBERAÇÕES. Considerando que, anteriormente, os integrantes já haviam decidido e deliberado, por unanimidade e sem ressalvas ou oposições, criar um grupo específico para os praticantes de canoagem no estado do Rio Grande do Sul/Brasil, bem como já tendo democraticamente votado sua denominação ‘Extremo Sul Kayak’, os presentes debateram e deliberaram o que segue: redigir a presente ata em forma de sumário; definir que a lista de participantes do ‘vamosremar@googlegroups.com’ será mantida inalterada, cujos participantes  receberão convites  para adesão ao novo grupo ‘Extremo Sul Kayak’ (os interessados terão que cadastrar seus e-mails no grupo), que terá as seguintes características:  (a) a grafia do endereço  é extremosulkayak@googlegroups.com, já reservado pelo canoísta Luiz Felipe junto a “Fapesp”;  (b) lista fechada para postagens, porém aberta para leituras; (c) terá moderadores; (d) terá categorias (exs.: clínicas, classificados, dúvidas, oficinas etc) e tópicos (exs.: águas brancas, kayaks oceânicos etc); (e) outras pessoas interessadas poderão se integrar ao grupo, desde que sejam amantes da canoagem e paguem o ticket de ingresso no valor de  R$ 10,00 (dez reais), definido na deliberação ‘4’ a seguir;   definir que não haverá Estatuto Social, para evitar burocracia e devido a desnecessidade de constituição de diretoria, conselho deliberativo, formalização de quadro de associados, abertura de cadastro no ministério da fazenda etc., inclusive por não ter patrimônio próprio. Por ora não adquirirá o formato de associação ou de sociedade, restringindo-se a funcionar como um grupo de interessados, contatáveis através de ambiente virtual comum; definir que não terá taxas ou tarifas para pagamento em periodicidade. O ingresso para participar do grupo depende de aprovação dos participantes, sendo restrito aos amantes da canoagem e exigindo-se o pagamento de um “ticket” de ingresso, não reembolsável, no valor de R$ 10,00 (dez) reais. O custeio das atividades se dará por evento, conforme orçamentos que forem aprovados e rateados em combinações específicas. Já houve o pagamento dos tickets de ingresso por cada um dos presentes, arrecadando-se R$ 120,00 (cento e vinte reais), o qual teve a seguinte destinação: reembolso do pagamento da taxa de reserva do nome junto a Fapesp, que custou o valor de R$ 30,00, (repassados ao canoísta Luiz Felipe S. F. que já a havia pago); ficando o saldo de R$ 90,00 (noventa reais), em poder da canoísta Maria Helena Gravina, para fazer frente as despesas iniciais com adesivos; definir os objetivos do grupo, que são: (a) praticar a canoagem; (b) promover atividades de canoagem, tais como passeios e expedições; (c) promover a educação ambiental; (d) divulgar a canoagem e temas de interesse para seus praticantes; (e) tornar-se referência positiva na canoagem; (f) promover trabalhos voluntários na persecução dos objetivos anteriores; definir os responsáveis pelas seguintes funções: (a) webmasters: Luiz Felipe S. F. e Pablo Souza Grigoletti, o que inclui a responsabilidade pela estrutura geral, links, administração da homepage, relação com os delegados; (b) moderadores e administradores: Gustavo Geyer, Pablo Souza Grigoletti e Cristiano Fleck; (c) divulgadores de notícias de interesse do grupo e relativas aos seus objetivos, bem como montagem e atualização do calendário de eventos: Leonardo Esch e Márcio R. Pereira; (d) produtor,  editor e divulgador de literatura especializada,  reportagens, fotos, vídeos, relatos de expedições, gerenciador de conteúdos e perfis: Trieste Ricci;  definir a abertura do prazo de 01 (um) mês para os interessados enviarem sugestões para logotipos, ou logomarcas, após o que se procederá a votação;
8.       encerrados os trabalhos, decidiram tirar duas fotos comemorativas da fundação do grupo.
ENCERRAMENTO.  Concluída a redação da ata, foi transmitida por e-mail aos interessados, para que acrescentassem o que fosse de seu interesse; ao que se chegou a presente redação por todos aprovada.
ASSINATURAS. Confirmação de aprovação da ata, por e-mails, por parte de Pablo Souza Grigoletti, Luiz Felipe S. F., Gildomar Tambeira, Leonardo Esch, Tiane Bossle, Maria Helena Gravina, Trieste Ricci, Egon Schunck Júnior, Márcio R. Pereira, Leonardo Maciel, Cristiano Fleck e Gustavo Geyer.



quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Remada à Ilha do Combu


      A ilha do Combu é vizinha da cidade de Belém, Pará, da qual é separada pelo curso inferior do Rio Guamá, próximo à foz. Ela é famosa por seu açaí, tido como um dos melhores do Pará e, portanto, do mundo. Além de seus muitos açaizeiros, a ilha possui igapó (floresta inundável), e o rio Guamá, como todos os do nordeste do Pará, sofre forte influência das macro-marés da costa paraense, apresentando amplitudes de maré (diferença entre o nível d´água na preamar e na baixa-mar) de mais de 2 metros. A ilha também possui vários "furos", canais, normalmente estreitos, que comunicam o rio Guamá a si mesmo, ao braço do rio que contorna a ilha pelo outro lado. Antes da abolição da escravatura, os negros fugidos costumavam morar escondidos nesses furos. Até hoje, o mais remoto e mais difícil de encontrar desses furos se chama justamente "Furo dos Escravos". No furos, as residências-palafitas se distribuem tão somente ao longo das duas margens, conferindo ao furo, assim, o caráter análogo ao de uma rua. Dizem as más línguas, que também muitos bandidos de Belém gostam de se esconder temporariamente da polícia nesses furos ... 


Mapa geral


      Nos anos recentes a ilha do Combu tem se tornado cada vez mais frequentada pelos belenenses por causa dos restaurantes regionais que ali existem em número cada vez maior. Tudo começou com o mais antigo e famoso deles, conhecido pelo nome peculiar de "Saldosa Maloca". Isso mesmo, com "l" em vez de "u"! No primeiro domingo após nossa chegada a Belém, resolvemos atravessar o rio Guamá em nosso caiaque oceânico duplo, o "Marajó", para conferir o local. Uma vez que, nos domingos, os restaurantes regionais costumam lotar, e o atendimento ficar lento demais, resolvemos chegar cedo. Partimos às 9h00 da prainha de um estaleiro particular da Estrada Nova, a avenida (imunda!) que costeia o rio desde a foz até o campus da Universidade Federal do pará (UFPa), onde fiz minha graduação em engenharia eletrônica, antes de vir morar em Porto Alegre, RS, em julho de 1980 (e onde resido até hoje). 


Local de partida
      A maré estava perfeita para tal, bem no início da enchente, que empurrava a água rio acima de maneira ainda fraca. Quando a enchente está bem adiantada, no meio do rio (que tem cerca de 1,5 km de largura) costumam se formar ondas estacionárias que certamente iriam preocupar, e muito!, minha companheira de barco e de vida, Maria Helena. Inicialmente costeamos rio acima, passando pela Marina Pública de Belém (que foi sede do antigo Yatch Clube de Belém). mai ou menos em frente ao furo do Combu, começamos a travessia para o outro lado. 


Subindo o Guamá
Atravessando o Guamá para a ilha do Combu.Os
restaurantes regionais são
 vistos do outro lado.

      
      O vento estava fraco, a correnteza também e o dia estava simplesmente lindo. Em 15 minutos estávamos do outro lado, exatamente em frente do trapiche de um grande restaurante, o "Combu da Amazônia". Viramos a bombordo e subimos  o rio um pouco mais, indo até em frente da "Saldosa Maloca", já depois da boca do furo do Combu. 



Trajeto de ida (4,9 km)

      Voltamos e entramos uns 500 metros no furo, local muito interessante, mas resolvemos voltar logo por causa da correnteza e do vento, que nos empurravam rapidamente furo adentro. Seria muito cansativo voltar depois.


Furo do Combu




Saindo do furo do Combu


      Resolvemos almoçar mesmo no "Combu da Amazônia", bem maior do que a "Saldosa Maloca". O restaurante estava praticamente vazio ao chegarmos. Comecei logo a amarrar o Marajó, pois a maré subia rapidamente, tratando de amarrá-lo pelas duas extremidades para que não ficasse batendo em pilastras de madeira por conta do vento e das marolas que, eu sabia, seriam produzidas por lanchas e jetskies que chegariam inevitavelmente mais tarde. 




      Tudo pronto, escolhemos um local coberto com uma bela vista para a orla de Belém. Fomos saudados por um vento maravilhoso que nos fez esquecer por algumas horas do calor de Belém. parece que estávamos numa praia pelo vento que havia, soprando constantemente rio acima. O restaurante é muito bonito e limpo, até os sanitários estavam impecavelmente limpos àquela hora. Também é muito grande, com vários ambientes, cobertos e descobertos, um deck enorme dotado de chuveiro para os usuários, e uma trilha suspensa de uns 500 metros de extensão que leva a um passeio pela matas de igapó e de terra firme que existem por trás do restaurante. A trilha passa por dois belos quiosques de madeira cobertos de palha onde se pode ficar conversando o tirante uma soneca numa rede. Só precisa passar um repelente de insetos, claro, se não .... Pedimos logo uma cerveja bem gelada, e o almoço: pescada amarela ao leite de coco.


                   

                          

      
       

      Uma atração à parte do restaurante é um deck baixo situado à frente do restaurante propriamente dito e denominado sugestivamente "Bar Molhado". Isso porque, à medida que a maré vai subindo, o deck é cada vez mais inundado pelas águas, que chegam a ultrapassar o nível das mesas. Ninguém sai do lugar enquanto isso, pois a graça está justamente em saborear petiscos e bebidas, conversar, brincar ou namorar dentro da água, tomando um banho. E que banho!, pois a temperatura da água é simplesmente perfeita.

O deck inferior é o Bar Molhado. Início da enchente.
Bar Molhado com o piso já coberto pela água.

Curtição na prea-mar




Belém ao fundo

Gado proveniente da ilha do Marajó

      Por volta do meio-dia o restaurante já estava bastante cheio, e nosso almoço chegando. Uma delícia, não deixou nada a dever às melhores expectativas. O Pará é mesmo maravilhoso para se saborear um peixe. Além da profusão de espécies (a bacia amazônica possui mais espécies de peixe do todo o oceano Atlântico), o que faz mesmo muita diferença é o modo de preparar, especialmente no que se refere aos temperos: a deliciosa pimenta de cheiro, o tucupi, o coentro, a alfavaca (manjericão brasileiro), a chicórea ... Me desculpem os outros brasileiros, mas, com a possível exceção do estado do Amazonas, o Pará tem o melhor peixe do Brasil, é imbatível! E de sobremesa, pedimos uma espécie de cassata de cupuaçu, deliciosa.

      Após a comilança, precisávamos fazer hora a fim de esperar que a enchente da maré terminasse e começasse a vazante. Isso tornaria mais tranquila a travessia de volta para Belém. Não foi difícil, apenas pegamos a trilha suspensa e ocupamos um dos quiosques, deitando-nos nos bancos compridos para conversar enquanto caia uma chuva fraca. Por volta das 16h00, começamos a travessia de volta. Foi uma remada de domingo e tanto!

Atravessando de volta para Belém
      Confira o vídeo  sobre o passeio, editado pela Caboka Jurema, em Remada à Ilha do Combu