terça-feira, 14 de abril de 2015

Descida do Y-caba-cuã Páscoa 2015

         Entre a sexta-feira santa e o domingo de páscoa de 2015, os remadores Maria Helena Gravina, Reginaldo Padilha, Pedro Auso, Helio Bandeira e Trieste Ricci percorreram 69 km do rio Camaquã, desde o Passo das Carretas (onde acampamos de véspera) até a ponte da BR 471, em Vau dos Prestes. Trata-se de um trecho especialmente bonito, o mais bonito dos 3 que já fizemos até agora, sendo o “Paredão” a cereja do bolo do percurso. Confiram a beleza do rio nos dois vídeos editados pela Cabocka Jurema:



E veja abaixo também algumas fotos da descida e dos acampamentos e locais de parada.

Percurso total (69 km). cada cor representa um dia

Acampamento do dia 1 (logo após o Paredão)

Passo das Carretas, local de partida e acampamento de véspera

Idem


Nevoeiro no dia da partida - Sexta-feira santa



O colega Reginaldo Padilha





Paredão do Camaquã à vista


Banho antes do Paredão







Acampamento do dia 2



Reginaldo prepara a fogueira


Pedro Auso e a fogueira

Final em Vau dos Prestes

Descida do Rio Ibicuí - Carnaval 2015

         Entre o domingo de carnaval e a segunda-feira seguinte, os remadores Leonardo Esch, Maria Helena Gravina, Pedro Auso, Gustavo Mariot e Trieste Ricci desceram um trecho de 113 km do rio Ibicuí, terminando a descida na cidade de Manoel Viana

(Foto: Leonardo Esch)

Relato da descida

OBS: Além de ler o relato, você pode assistir ao Vídeo sobre a descida.


Sexta-feira – Véspera do dia de Partida


            Dadas as distâncias envolvidas, foi preciso um dia na véspera da descida para o deslocamento até Cacequi (a 430 km de POA) e para a logística acordada: uma vez descarregados barcos e tralhas no local de partida, junto à ponte da RS 640 sobre o rio Ibicuí-mirim, levaríamos os carros todos para o local de chegada, o camping municipal de Manoel Viana (a 530 km de POA). O Pedro Auso, de Camaquã, já estava em Cacequi desde a quinta-feira e aproveitou para checar os 3 locais dos quais poderíamos partir – tudo que havia sido pesquisado até então tinha sido apenas via google earth. Nada como uma inspeção ao vivo do local …

             Leonardo Esch, que vinha de Maquiné e portanto tinha de viajar 120 km a mais do que nós, acabou se atrasando. Para não nos atrasarmos também esperando por ele (ainda teríamos de viajar 95 km até Manoel Viana, e outro tanto para voltar de lá em um táxi), decidimos deixar a Maria Helena esperando pelo Esch e cuidando de nossas tralhas, e seguir o quanto antes para Manoel Viana. Tudo correu como o combinado: encontramos um bom local para deixar os carros no camping e o motorista de táxi, que havíamos contatado previamente por telefone, logo apareceu para nos levar de volta à ponte da RS 640. À noite fizemos uma fogueira depois da janta, conversamos um pouco e pelas 22 h estávamos todos dormindo ou quase. O céu estava bastante aberto, prometendo tempo bom para a partida.

Acampamento na véspera da partida

Pedro Auso (Foto: Gustavo Mariot)
(Foto: Leonardo Esch)
Preparando a partida - Domingo de carnaval (Foto: Leonardo Esch)

Percurso total: 113 km. Cada cor representa um dia.

Domingo de Carnaval – Dia 1


            Saímos das barracas meio tarde e acabamos partindo somente às 9h30. Como previsto, o dia estava magnífico. A correnteza estava forte (mas sem nenhuma corredeira), dia estava ensolarado e, para nosso deleite, havia ainda um vento significativo que soprava a favor! O que pedir mais? Com isso, fizemos mais de 8 km/h de média nos 11 primeiros quilômetros até o local de nossa primeira parada. Mais 11 km e chegamos à junção do Ibicuí-Mirim com o rio Santa Maria, onde oficialmente começa o rio Ibicuí. A correnteza e o vento continuavam nos ajudando muito, sendo nossa velocidade máxima alcançada (no duplo de Maria Helena e Trieste) estonteantes 12,7 km/h. Fizemos uma segunda parada no km 22, mais demorada, para o almoço, numa bela praia do Ibicuí. E uma terceira parada no km 31. No km 40, encontramos uma belíssima praia onde acampamos. Eram apenas 17 h e tivemos muito tempo para montar acampamento, tomar um banho caprichado e vaguear pela imensa praia e pelo campo de dunas que havia por trás dela. O Esch pegou seu caiaque e foi até a outra margem do rio, em frente ao acampamento, para fotografar a natureza e os animais por perto. À noite fizemos uma bela fogueira, aproveitamos para observar o céu estrelado e conversamos um bocado. Mas antes das 23h estavam todos dormindo.


(Foto: Leonardo Esch)

(Foto: Gustavo Mariot)
(Foto: Leonardo Esch)

(Foto: Leonardo Esch)

Segunda-feira – Dia 2


          Partimos às 9h10 praticamente nas mesmas condições meteorológicas de ontem, apenas com o vento um pouco mais fraco. A correnteza continuava praticamente a mesma. Fizemos 4 paradas no total, sendo a última no balneário do Jacaquá, após o almoço, talvez o local mais bonito de toda a descida. Não estou me referindo ao balneário em si, mas ao conjunto cênico formado pelo morro do Jacaquá, sua encosta, e a praia com vegetação nativa ao pé do mesmo. Em função do vento mais fraco, passamos um bocado de calor durante a tarde e chegamos bastante cansados ao local de acampamento, uma praia no km 81. Enquanto montávamos o acampamento, recebemos a visita inesperada de uma pequena cobra, bastante agressiva, que pensamos inicialmente ser uma cruzeiro. Mais tarde ficamos sabendo que se tratava de uma nariguda, que é não venenosa. Ela imita a cruzeiro em seus padrões no couro, assustando possíveis predadores, ao mesmo tempo que os engana fazendo-se passar por uma coral, uma vez que seu rabo possui muitas escamas avermelhadas. Espertinha! Novamente aproveitamos para tomar banho de sabonete. A região é tão desabitada que podíamos tomar banho peladões na maior tranquilidade! Aproveitamos para curtir e fotografar o fim da tarde e, quando escureceu por completo, o céu mostrou-se ainda mais estrelado do que o anterior. Alguns de nós aproveitaram para identificar as constelações com ajuda do software Sky View do iphone do Gustavo Mariot. Como restavam apenas estimados 30 km para o terceiro dia, decidimos que amanhã pararíamos por muito tempo para almoçar e sestear, caso encontrássemos um local com boa sombra.

(Foto: Leonardo Esch)
(Foto: Leonardo Esch)
Ida para o banho (Foto: Leonardo Esch)
Parada no bar do Jacaquá
Visita no acampamento: uma "nariguda", cobra não peçonhenta
que  imita a cruzeiro e a coral (repare no avermelhado das 
escamas do rabo), (Foto: Leonardo Esch)
Chegando ao balneário do Jacaquá. Morro homônimo ao fundo

Morro do Jacaquá (Foto: Leonardo Esch)
Maria Helena e Trieste (Foto: Gustavo Mariot)
(Foto: Leonardo Esch)

Terça-feira de carnaval – Dia 3


         Outro dia ensolarado! Após o café da manhã, arrumamos muito tranquilamente as tralhas enquanto conversávamos num clima muito descontraído. Partimos apenas às 10 h. Ainda tínhamos uma boa correnteza a favor, além de um pouco de vento. Paramos para lanchar no km 91, e novamente no km 102, onde permanecemos por 2 horas e meia, almoçando, fotografando, conversando sobre assuntos variados e descansando, simplesmente, ou sesteando. Às 17h partimos para fazer a última perna do dia. Chegamos em Manoel Viana às 18h15. O GPS indicava que havíamos remado, de fato, 113 km, enquanto minha estimativa prévia do percurso, por meio do google earth, havia sido de apenas 108 km.

         Após guardarmos tudo, tiramos as fotos de encerramento na rampa de lanchas do balneário municipal. Maria Helena e Trieste levaram o Esch de volta ao local de partida, onde ele havia deixado seu carro na casa de um lavrador próximo. O Gustavo aproveitou para ir pernoitar na casa de parentes, em Alegrete. O Pedro viajou direto para Camaquã, parando apenas para jantar e dormir rapidamente, chegando na cidade às 5 da manhã. O Esch dormiu em Santa Maria, e Maria Helena e Trieste, numa pousada de estrada, 80 km após São Gabriel.     

(Foto: Leonrdo Esch)

(Foto: Leonardo Esch)
(Foto: Leonardo Esch)

Local de chagada: camping de Manoel Viana